Já disse um crítico que a importância de uma banda se mede pela quantidade e qualidade de músicas “indispensáveis” que acabaram ficando de fora do repertório de seu show. Com quase 30 anos de contribuições para as festas, os romances e para a vida dos brasileiros, o Skank já ouviu muito que “faltou esta” e “faltou aquela”.
Pois nessa turnê, que vem celebrando a história da banda antes de sua separação por tempo indeterminado, o desafio tem sido encaixar num mesmo roteiro tudo o que esses caras já deixaram gravado no coração do público desde o comecinho dos anos 1990. E é nessas horas retrospectivas que a gente vê que foi muita coisa – mesmo para generosas duas horas (ou mais!) de show. No dia 17 de dezembro, a banda apresenta o último show em Ribeirão Preto, no Centro de Eventos Ribeirão Shopping.
Foram nove álbuns de estúdio, alguns deles presença obrigatória em listas de melhores de todos os tempos do pop-rock nacional e que somam mais de 5 milhões de exemplares vendidos; três ao vivo que registraram para a posteridade o nível de ataque e a catarse de seus shows em diferentes fases da carreira; e uma coleção de sucessos que não encontra paralelo nas últimas três décadas no país. Foram cerca de 40 hit singles, 29 deles entre as 100 mais tocadas do ano no Brasil (muitas vezes defendendo sozinhas o pop-rock num mar de sertanejo universitário), 25 em trilhas de novela, dois mega-hits que marcaram fases distintas e igualmente bem sucedidas do grupo (“Garota Nacional” em 1996 e “Vou deixar” em 2004) e um sem-número de favoritas do fãs que vez por outra aparecem de surpresa nos shows. “Algo parecido”, o single inédito lançado em 2018, passou dos 30 milhões de plays em pouco mais de um ano. E ainda temos a nova “Simplesmente”, delicada balada folk lançada especialmente para acompanhar a Turnê da Despedida. Que belíssimo problema será montar o repertório dos shows...
Até onde podemos enxergar, esta será a última oportunidade de assistir a Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria) tocando seus clássicos, juntos, num mesmo palco. A banda anunciou a separação motivada pelos desejos individuais de experimentar novos caminhos – musicais e pessoais. Sem brigas, sem decadência, sem barracos públicos e sem descartar a possibilidade de reuniões futuras. Pontuais? Comemorativas? Definitivas? Só o tempo dirá. Por hora, é melhor aproveitar a Turnê da Despedida como se não houvesse amanhã.
A separação do Skank é uma forma de colocar um ponto final (ou um ponto-e-vírgula) numa carreira iniciada na curva entre a moda do rock brasileiro dos anos 1980 e uma nova década que apontava para a brasilidade, para o ritmo e para as misturas. Inicialmente uma simpática banda de vinda de Minas Gerais tocando música de inspiração jamaicana, rapidamente o Skank tanto apontou caminhos para toda uma nova geração (de Chico Science, Raimundos, Pato Fu, Jota Quest, Mundo Livre SA, O Rappa e tantos outros) como ganhou musculatura e tamanho de mercado. Isso ali por 1996, quando chegou no incrível feito de ter, no mesmo período de doze meses, dois álbuns diferentes com mais de um milhão de exemplares vendidos – Calango e O Samba Poconé.
Foram tempos de turnês internacionais, hits no mercado latino e a confiança para arriscar a mudança que viria nos anos seguintes: canções mais melódicas, com mais violões e guitarras e climas psicodélicos. Em meio a momentos tão diferentes, algumas características continuavam: os sucessos na boca do público, as canções na vida das pessoas, os grandes shows pra lavar a alma e a coerência com sua própria história, de olhar para frente e encarar os desafios.
É essa coerência que levou Samuel, Lelo, Henrique e Haroldo a dependurar as chuteiras por hora e buscar desafios em outros territórios. A Turnê de Despedida é a versão da banda para aqueles jogos em que os craques do futebol juntam os amigos, num clima incrível de festa e gratidão. Os craques estarão no palco, os amigos somos todos nós que estivemos juntos a eles por tanto tempo. E vai ser um jogo de goleadas, isso todo mundo sabe.
SERVIÇO
Skank | Os Últimos Shows
Local: Centro de Eventos Ribeirão Shopping
Data: Dia 17 de dezembro | sábado
Horário: 22h
Preço: De R$150 a R$440
No Arena das Dunas, cerca de 60 mil foliões curtiram os três dias de Carnatal
Neste domingo (11), a 31ª edição do Carnatal chegou ao fim. Nos últimos três dias, o Arena das Dunas foi palco para mais de 18 shows divididos entre blocos e camarote. Na última noite, Ivete Sangalo, Bell Marques e Ricardo Chaves comandaram a festa dos foliões na avenida. No camarote, Gusttavo Lima, Vitor Fernandes, Rafa e Pipo foram os responsáveis por animar o público, que recebeu como atração especial o cantor Nattan., que comandou a festa até às 3h30 da manhã desta segunda.
Pela primeira vez na história, Ivete Sangalo se apresentou com três voltas levando o público a loucura. Logo após, Ricardo Chaves cantou seus maiores sucessos no bloco “Bicho”. Mantendo a tradição, o cantor fez três voltas e por fim, voltou de ré. Além das músicas, o público pôde acompanhar um pedido de casamento no trio.“Poeira”, “Eva”, “Tempo de Alegria”, “Tá Solteira, mas não tá sozinha" foram alguns dos sucessos cantados pela rainha do axé, Ivete Sangalo. Comandando a segunda apresentação da noite, Bell Marques relembrou seus maiores sucessos
Com uma edição para lá de histórica, o Carnatal 2022 recebeu mais de 60 mil pessoas desde sexta-feira (9). A festa se tornou ainda mais especial este ano com um novo formato, proporcionando ao público a possibilidade de curtir o corredor da folia com apresentações dos principais artistas do Brasil, e logo após outros shows dentro do campo.
Além das apresentações artísticas, três áreas de convivência foram criadas oferecendo o melhor da gastronomia local, para aqueles que gostam de aventura, o evento contou com uma roda-gigante cheia de luzes.
O Carnatal fez sucesso dentro e fora da Arena das Dunas, o evento espera superar a arrecadação de 57 toneladas de alimentos com a compra dos ingressos sociais. Os alimentos recolhidos serão doados para o projeto Armazém da Caridade, o Carnatal é responsável atualmente pela maior doação individual feito por um evento ou instituição. Além do Armazém, entidades como o Hemonorte e GAAC também serão ajudadas.
O evento contou com mais de três mil toneladas de equipamento e gerou no último ano mais de cinco mil empregos diretos e indiretos. O palco camarote contou com estrutura de mais de 450m² de led. Além disso, o evento teve 100% do lixo reciclado.
O escritor conversa sobre racismo estrutural
Estevão Denis Silveira l imprensa.vilamariana@sescsp.