26 jun/14

Matutando ainda sobre o tema destaque da categoria musical do site nesta semana, resolvi destacar um principal.
A ênfase aqui poderia ser dada ao meu ídolo Gilberto Gil, que comemora hoje seus 72 anos ( o tempo permite cada vez mais a louvação de seu talento na música).Tendo a Bahia lhe dado régua e compasso, o músico mostrou bem cedo a que veio, e a gente agradece.


Poderia também, este que vos escreve, destacar o vídeo feito por Paul Mc Cartney aos seus fãs, depois de pegar uma forte infecção viral e cancelar uma série de shows. No vídeo, Paul avisa " Todo mundo está me perguntando como estou me sentindo.Eu me sinto ótimo, muito obrigado por perguntar".


Pensei, ainda, em publicar algo sobre os 5 anos de morte do Michael Jackson ( e comentar todas as homenagens que o astro teve durante a semana, como a visita de inúmeros sósias ao seu túmulo, na Califórnia) ,ou sobre o tão aguardado lançamento do CD de Adelle, batizado supostamente de "25", numérico e associado à sua fase de vida, como os demais álbuns da cantora.



Apesar do aniversário do meu mestre Gilberto Gil, apesar do vídeo do idolatrado Paul McCartney, apesar de Michael e Adelle, a notícia da semana, sob o olhar de um músico, foi outra: O pronunciamento do Supremo Tribunal Federal a respeito da obrigatoriedade do registro de um músico na Ordem dos Músicos, criada com o intuito de "preservar, fiscalizar e regulamentar a profissão de músico no Brasil". Me lembro de quando eu fiquei sabendo que todo "profissional" da área deveria se inscrever na OMB, fazer provas de qualificação, retirar uma carteirinha profissional, e pagar uma taxa anual para estar exercendo legalmente sua profissão. Demorei a crer que todos os meus amigos músicos, inclusive aqueles que enfrentam situações de vida extremamente complicadas, deveriam tirar todo ano uma bela quantidade de dinheiro do bolso para exercer uma arte, teoricamente tão livre quanto todas as suas demais esferas.
Essa anuidade era exigida por muitos contratantes,  e a decisão do STF veio como um alívio. 



Entre comemorações e discussões, fica decidido (e reafirmado sob as palavras da ministra Ellen Gracie) que "A música é algo sublime, e qualquer restrição a essa liberdade (profissional) só se justifica se houver necessidade de proteção do interesse público, por exemplo, pelo mau exercício das atividades para as quais seja necessário um conhecimento específico altamente técnico(...)"
"Sobreviventes" da música, como são chamados os profissionais que lutam diariamente para mostrar que o trabalho de músico, apesar de prazeroso, não é fácil como pode aparentar, comemoram agora essa notícia. Que a música seja sempre tão plena como demonstra ser no discurso citado acima, e que seu principal objetivo de tocar a alma de seus amantes e embalar nossas vidas como verdadeiras trilhas sonoras, consiga sempre prevalecer.


Diogo Branco
Músico, cronista e farofeiro.
Diogo Branco



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