Buscando impactar o público de diversas idades e classes sociais que frequenta o evento há 20 anos, foi desenvolvida a marca da FIL, que é considerada uma das sete maiores da América Latina

 

 

 

A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto lançou nesta segunda-feira (2/12) a nova identidade visual da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto (FIL), em evento realizado para convidados, imprensa, autoridades, escritores e pessoas ligadas à cultura da cidade, com a presença dos membros da diretoria e equipe profissional da instituição. A solenidade aconteceu no Vinatrois, que fica na Rua Floriano Peixoto, 1891, no Alto da Boa Vista.

 

A nova marca sinaliza a virada da Feira Nacional do Livro para sua versão internacional, a partir de 2020, quando o evento completa 20 anos e traz o tema “20 anos depois. E agora?”. A edição de 2020 acontece de 30 de maio a 7 de junho.

 

O projeto de rebranding faz parte de uma estratégia de reposicionamento da Feira, que hoje é uma das sete maiores da América Latina e, apesar de já estar consolidada como um dos principais eventos culturais do Brasil, parte para um novo momento em busca de se consolidar como um robusto canal de fomento à formação e capacitação de leitores, bem como à valorização da literatura, do livro e de escritores no contexto internacional. Para representar essa ousada meta, a marca foi reprogramada para impactar o público do evento e anunciar um novo ciclo com propósitos e ressignificados. A criação é da jornalista e designer gráfica, Thais Navarro.

 

 

A nova identidade valoriza todo o contexto de contemporaneidade que caracteriza o universo cultural atual, bem como carrega traços dos valores da instituição realizadora da Feira do Livro, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, que tem como diretrizes de engajamento e atuação os pilares da educação e cultura, baseados na relação com leitores e na democratização do acesso da população ao livro.

 

Por conta deste direcionamento presente no briefing da Fundação para a designer contratada, os símbolos principais escolhidos para estilizar a logomarca foram o livro e o próprio leitor num movimento de interação contínua. Outra preocupação da Fundação foi criar uma sigla forte para o evento (FIL), de forma a torná-lo ainda mais conhecido e traduzir a solidez que alcançou, em todo território nacional e no cenário internacional.

 

A curadora da Feira Internacional do Livro e vice-presidente da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, Adriana Silva, ressalta que ao longo da história da instituição, e da própria Feira do Livro, é possível perceber ciclos, que se formaram, segundo ela, positivamente no campo do aprendizado. “Durante um tempo tivemos uma Feira com um tamanho modesto. Depois um redimensionamento, extrapolando todas as suas possibilidades, inclusive indo além do centro de Ribeirão Preto. Em seguida, uma nova fase, recuando no aspecto quantitativo, mas qualificando o literário. E agora, deixando de ser nacional para se posicionar como internacional”, explica.

 

Elaine Assolini

 

Carlos Roberto Ferriani

 

 

Nelson Jacintho

 

Adriana Silva ainda revela que a nova logo é um sonho antigo da instituição. “Visitávamos outras feiras e percebíamos que algumas tinham a logo com apenas três palavras e buscamos trazer uma nomenclatura semelhante para a nossa Feira”, explica. A curadora ainda comenta que trazer uma nova forma de comunicação de um projeto literário, como a Feira do Livro, é algo para ser divertido, buscar pertencimento, criar uma identidade rápida. “A proposta é deixar de indagar ‘Você vai na Feira?’, para: ‘Você vai na FIL?’, ‘A FIL está começando!’. Era a logo que procurávamos”, enfatiza.

 

 

 

 

Para a presidente da Fundação do Livro e Leitura, Dulce Neves, esse é mais um registro histórico de evolução da Feira do Livro e da própria Fundação. “A Feira acaba de tornar-se um dos maiores encontros literários com abrangência internacional. Atualmente, já conseguimos trazer nomes da literatura mundial, como neste ano, o autor educação homenageado, Boaventura de Sousa Santos. Além disso, estamos criando parcerias estratégicas com diversos países, o que intensificará ainda mais o intercâmbio no eixo das ideias e reflexões que a Feira do Livro propõe”.

 

O vice-presidente da Fundação do Livro e Leitura, Edgard de Castro, avalia que a nova identidade visual tem o peso que a Feira do Livro necessitava com seu crescimento e abrangência nos últimos anos e, acredita que o público também se identificará com a proposta após o rebranding. “A nova logomarca ficou mais moderna e sofisticada, sem perder a busca contínua de dialogar de forma simples e direta com o seu público”.

 

Universo visual

designer Thais Navarro conta que o processo de rebranding da marca consolida um antigo sonho pessoal. Desde que visita e participa da Feira, ela sempre teve intenção de confeccionar a identidade do evento.

Para sua criação, levou em consideração algumas percepções que já tinha e necessitou de um estudo detalhado antes da materialização da nova identidade. “Observei o público, idades e classes sociais”, explica.  A comunicação do evento, que agora é internacional, “olha para o futuro não só da Feira, mas da sociedade como um todo”, avalia a designer. Ela ainda acrescenta que levou em consideração o mercado literário ao redor do planeta e os elementos visuais que comunicam melhor com o segmento. Outros itens estudados foram os potenciais de turismo e reconhecimento de Ribeirão Preto e toda a missão, ideais e história da Feira do Livro.

 

“Depois de 20 anos de histórias, a Feira do Livro merecia uma identidade pela qual pudesse ser reconhecida e se expressar”, salienta Thais. Segundo ela, o design escolhido é pregnante, abrangente, amigável e simples, transmitindo as qualidades e aspirações da Feira por uma solução gráfica que respeite e contemple sua missão e principais características. Sobre a tipografia, a designer define como humana, popular e moderna, de muita legibilidade. “Uma fonte simples, objetiva, com certa leveza estética, sem serifas para equilibrar, sem brigar com a força do ícone, criado com as iniciais da sigla FIL”.

 

Quanto ao símbolo do logotipo, a prioridade foi construir um ícone simples, partindo das iniciais do nome da Feira, com capacidade de pregnância e flexibilidade. “Forte, moderno, popular e único”, salienta Thaís.

A designer desenvolveu também uma pesquisa de referência, que englobou marcas e peças gráficas do mercado literário, análise e teste de mais de 4 mil tipografias, pesquisa de semânticas envolvendo literatura e as turísticas e históricas de Ribeirão Preto e da Feira. “Referências de aplicação de proporção áurea, Gestalt, Bauhaus e modernistas e pós-modernistas do design gráfico”, completa.  Thais conclui analisando que, “esta é uma marca para cravar no consciente e inconsciente coletivo, para de fato deixar gravado um registro no coração e vida das pessoas”.

 

Sobre a Fundação

A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade. Hoje, é considerada a segunda maior feira a céu aberto do país, realizada tradicionalmente no mês de junho.

 

Com uma trajetória sólida e projeção nacional e internacional, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura com calendário de atividade durante todo o ano. A Fundação se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do Proac.

 

Site cultural de Ribeirão Preto

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