14 fev/19

Cinderelas e Alices

postado por Juliana Sfair

Respirava serena olhando o fim de tarde como se nada de ruim pudesse acontecer em sua vida tão cheia de afeto, doces e pão de queijo recheado. Era brando e leve seu coração infantil; sua avenca, sua sapatilha do jazz, o poema de Casimiro de Abreu – o mesmo que recitou no dia do enterro de sua mãe: “ Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais ! “.
É poesia desde criança, ainda lembra de toda aquela inocência e doçura – talvez aquela menina ficou brincando em um jardim, encontrou uma fada e ainda acredita em abóboras que viram carruagem ou num coelho com relógio que toma chá com seus amigos malucos no reino dos sonhos – Cinderela ou Alice, que tenha a bondade, coragem e a ousadia de vencer os percalços da vida, sempre.

Juliana Sfair

Atriz e Escritora

Site cultural de Ribeirão Preto

Desde 2013 propagando arte e cultura.